Tirando um trabalho da revista Visão, desta semana, muito pouco se encontra na net ou nos jornais sobre a sua vida pessoal. Quando se fala do seu nome, por norma, associa-se a profissionalismo e competência.
É certo que enquanto foi ministro da Saúde do Governo de Passos Coelho não se livrou dos ataques dos partidos de esquerda, mas apesar dos cortes que teve que aplicar no seu ministério, conseguiu que a sua popularidade estive acima de outros antigos ministros da Saúde sem troika. Paulo Macedo sempre cultivou a discrição mas a polémica também tem andado de braço dado consigo.
Quando foi nomeado diretor-geral dos Impostos o seu ordenado justificou debates acesos e muito boa gente indignou-se com o facto de ganhar, pelo menos, três vezes mais do que o primeiro-ministro. Certo é que passado uns tempos, Macedo tinha recuperado largamente o investimento que o Estado tinha feito na sua pessoa.
Oriundo da banca, do BCP, o atual presidente da Caixa Geral de Depósitos voltaria à ribalta com a nomeação para ministro da Saúde. Se havia quem desconfiasse da sua competência para lidar com vidas, atendendo a que os números sempre foram o seu sangue, Macedo acabaria por se revelar um governante eficaz, que fez cortes, mas deixou obra numa casa onde a desorganização era a palavra de ordem.
Com o fim do Governo da coligação PSD/CDS, Macedo voltou ao BCP onde acabaria por estar pouco tempo. Depois da novela de António Domingues à frente da Caixa Geral de Depósitos que culminou na sua demissão, a seguir a um episódio patético da entrega da declaração de Rendimentos e Património, o primeiro-ministro entendeu convidar Paulo Macedo, fazendo frente ao Partido Socialista que não queria um ex-ministro laranja.
Certo é que o antigo vice-presidente do BCP aceitou o cargo e deverá auferir 423 mil euros anuais, com direito a prémio se os resultados forem os desejados. Atendendo ao passado de Macedo é crível que some mais uns bons milhares de euros no final de um ano de mandato, mas que serão muito bem atribuídos se conseguir levantar o banco público.
Querer que os melhores gestores sirvam o país a troco de uns trocos já não se usa e é bom que os mais capazes se interessem pela causa pública, mesmo que a troco de uma remuneração bastante simpática. Afinal, incompetentes baratos acabam por sair bem mais caros.