Foram hoje divulgadas as previsões para o período 2016 – 2019, que são moderadamente otimistas: teremos um crescimento económico fraco, mas saudável. O crescimento económico irá acelerando devagar: de um crescimento económico de 1,2% este ano passaremos para 1,4% no próximo e para 1,5% em 2018 e 2019. Crescimento fraco, mas ainda assim crescimento.
O crescimento deverá ser baseado sobretudo nas exportações, e por isso é que o podemos classificar como “saudável”, muito embora a procura interna (consumo, sobretudo o investimento, e pequenos aumentos na despesa do Estado) também deem um contributo positivo.
O emprego irá crescendo a cerca de 1% ao ano, e a taxa de desemprego irá diminuindo gradualmente, para se fixar em 8,5% em 2019. Ainda será muito alta, mas será melhor do que os 11% que temos hoje. Anteriormente as previsões do BdP não incluíam a taxa de desemprego, pelo que a sua inclusão é um acréscimo que deve ser saudado.
Também há boas notícias nas contas com o exterior, que deverão continuar a ter excedentes. A Balança Corrente e de Capital deverá apresentar um excedente de cerca de 1% do PIB ao ano. Para Portugal crescer mais rapidamente seria preciso um excedente maior, mas é melhor ter um excedente, embora pequeno, do que os enormes défices que tivemos num passado recente (no consulado de Sócrates, essencialmente).
Por fim, a inflação deverá manter-se baixa, não ultrapassando 1,5% ao ano em 2018 e 2019. Se a zona-euro tiver valores semelhantes, o Banco Central Europeu poderá eventualmente continuar com o seu programa de compra de dívida, que nos mantém os juros relativamente baixos.
Em conclusão: são previsões positivas, embora saibam a pouco.