O Parque Urbano do Alto da Ajuda, em Lisboa, vai ter uma bacia de retenção de água da chuva. De acordo com o projeto, apresentado hoje numa conferência sobre os programas de adaptação climática da cidade, esta obra vai ajudar a minimizar os problemas relacionados com as cheias na zona de Alcântara.
"Actualmente o que existe é um buraco, mas sem água nenhuma, não tem função de retenção", explica o professor de hidráulica do Instituto Superior Técnico, Saldanha Matos. Segundo um dos criadores do Plano de drenagem de Lisboa, o sistema vai permitir a redução do caudal de forma dinâmica, ou seja, a água que se deixa ou não passar pode ser regulada consoante as necessidades.
Além da parte técnica, a obra vem valorizar o território e a paisagem. "É uma zona elevada da cidade, com vista sobre Lisboa e o Tejo, tem um potencial enorme", acrescenta a arquiteta paisagística Filipa Cardoso Menezes. "É uma espécie de anfiteatro natural à espera de ser requalificado e é isso que vamos fazer", refere.
Esta é uma das obras previstas no Plano de drenagem de Lisboa que está divido em duas fases: a primeira começa agora e prolonga-se até 2020, com um investimento previsto de 105 milhões de euros. A segunda fase, com um investimento previsto de 73 milhões de euros, tem início em 2020 e prevê-se que dure até 2030.