Um dos meus leitores mais fiéis e interventivos é o Sr. Manuel Gomes, que mora para lá do Marão. Ele propõe a abolição total da TSU. Pode ler, como eu fiz, a edição online do Jornal de Negócios, onde se consegue ler o sumário de uma notícia segundo a qual o governo, para compensar os custos das empresas com a subida do salário mínimo nacional, diminui-lhes por outro lado os custos baixando em 1% a TSU.
Esse desconto cobre, na pior das hipóteses, para os salários mais baixos, 15% do acréscimo de custos com a subida do salário mínimo. Mas, se for aplicado a todos os trabalhadores, este desconto de 1% na TSU supera os custos com o aumento do salário mínimo.
É um bom coelho tirado da cartola governamental. A maioria dos empregados por conta de outrem nem se dá conta da existência da TSU, o desconto obrigatório para a segurança social que os empregadores têm de fazer. Já quem trabalha a recibos verdes está bem ciente da existência desta taxa.
Contudo, a proposta do governo, apesar dos méritos que tem – como aumentar a competitividade das empresas ao reduzir-lhes um custo – também não é isenta de riscos. O principal risco é o de haver uma grande queda nas receitas da segurança social. Mas é inevitável que, à medida que há menos trabalhadores ativos a sustentar mais pensionistas e reformados, as prestações sociais desçam também.
Talvez dentro de uma ou duas décadas a pensão por atingir a idade de reforma não passe de um valor, para usar uma palavra forte, miserável. Se puder, ponha dinheiro de parte, investindo no PPR do banco do qual é cliente. E não se esqueça que, quanto mais novo for, maior a percentagem de ações que o seu PPR deve ter.