Abro o Jornal de Negócios online e rejubilo, não por aquela ação tenha subido ou descido, mas porque o Parlamento aprovou, por unanimidade, que os animais deixem de ser coisas perante a lei. Passam agora a ser “seres vivos dotados de sensibilidade”, e “objeto de proteção jurídica”. Houve abraços e aplausos de pé no parlamento.
E eu, como dono de animais domésticos e “amigo” de alguns que andam na rua fico verdadeiramente eufórico com esta decisão da Assembleia da República. Ainda há poucas semanas citei Leonardo da Vinci, e vou voltar a fazê-lo, quando ele disse que “Chegará um tempo (…) em que o crime contra um animal será considerado um crime contra toda a humanidade”.
E, nesse aspeto, o nosso Parlamento esteve um pouco pior. Os projetos de lei do Bloco de Esquerda, PAN e PS que visavam alterar a lei que pune os maus-tratos contra animais, agravando as penas, foram chumbados pelos votos do PSD, CDS e PCP (estranha coligação). Decididamente, há quem não perceba os sinais dos tempos e o sofrimento dos outros, mesmo que não sejam da mesma espécie. Por esse motivo, também não merecem a minha consideração, quanto mais o meu voto.