Aos poucos, vamos pagando o que devemos ao exterior

As famílias estão a poupar ligeiramente mais, e as empresas têm o seu nível de poupança estabilizado. 

O INE divulgou hoje (23 de dezembro de 2016) os números relativos ao PIB, por sector institucional. E, tal como acontece há vários trimestres, no 3º trimestre de 2016 a economia portuguesa exportou mais capital do que importou. Na prática, isto significa que estamos a pagar as nossas dívidas (convém não esquecer que a economia privada também está muito endividada, não é só a dívida pública que conta).

Os ganhos são pequenos, apesar de serem consistentes: no ano terminado no 3º trimestre de 2016, a economia portuguesa financiou o exterior em 0,9% do PIB, mais 0,8% do que no ano terminado no trimestre anterior. Isto é, a nossa dívida face ao exterior diminuiu nesse montante.

Além disso, o Rendimento Nacional Bruto, que mostra a evolução da despesa dos portugueses residentes em Portugal (por oposição ao PIB, que contabiliza todos os agentes económicos residentes em Portugal, independentemente da nacionalidade), cresceu 0,5%, menos do que o PIB (que, tendo crescido 0,7%, parece ter sido revisto em baixa, de 0,1%, face às estimativas anteriores).

As famílias estão a poupar ligeiramente mais, e as empresas têm o seu nível de poupança estabilizado. Quanto ao défice do Estado, nos três primeiros trimestres de 2016, cifrou-se em 2,5% do PIB, contra um défice de 3,4% em 2015.

Portanto, são boas notícias. Vamos muito devagar, mas vamos no caminho correto.