#MayTheForceBeWithHer foi das hashtags mais repetidas depois da notícia do ataque cardíaco sofrido por Carrie Fisher no voo em que regressava de Londres a Los Angeles, onde tinha estado a filmar a terceira temporada da série “Catastrophe”, que ficará como um dos últimos trabalhos da atriz que na década de 1970 atingiu o estrelato com a interpretação de Leia, a princesa da “Guerra das Estrelas”. Carrie Fisher morreu ontem em Los Angeles, aos 60 anos, confirmou o porta-voz da família, Simon Halls, à imprensa “É com uma profunda tristeza que Billie Lourd confirma que a sua querida mãe Carrie Fisher morreu às 8h55 desta manhã. Era amada pelo mundo e a sua falta será profundamente sentida.”
Carrie Frances Fisher nasceu em 1956 em Beverly Hills, filha da atriz Debbie Reynolds e do cantor Eddie Fisher, que se divorciaram quando Carrie tinha apenas dois anos num escândalo alimentado por tablóides sobre o envolvimento do seu pai com Elizabeth Taylor. Carrie estreou-se no teatro aos 15 anos, com a sua mãe, no musical da Broadway “Irene”, e no cinema aos 19, em “Shampoo”, de Hal Ashby. “Guerra das Estrelas” foi o seu segundo filme, apenas dois anos depois, em 1977, como princesa Leia, personagem que a eternizou e sobre a qual pareceu nutrir ao longo dos anos sentimentos contraditórios. “Ela não tem amigos nem família, o seu planeta desapareceu em segundos – juntamente com o seu cabeleireiro – portanto tudo o que ela tem é uma causa”, disse sobre a princesa à “Rolling Stone” em 1983.
Leia que lhe ficará colada como personagem da vida para sempre. Mas Fisher, que fez outros filmes, como “Ana e as suas Irmãs” (1986), “Um Amor Inevitável” (1989) e “Soapdish” (1991) antes do regresso à “Guerra das Estrelas” em 2015, foi também capaz de encontrar um outro caminho, como autora, com livros como “Postcards From the Edge”, romance autobiográfico, ou o especial da HBO “Wishful Drinking”, nomeado para um Emmy em 2011.
Mais recentemente, “The Princess Diarist”, livro de memórias lançado há um mês a partir dos diários que escreveu durante a rodagem do primeiro volume da “Guerra das Estrelas” e o mais mediático de todos, por ter finalmente trazido a público a revelação do romance “intenso” que manteve durante três meses com Harrison Ford, espelho na vida real da relação entre a princesa Leia e Han Solo. Diários que Fisher já não se recordava que existiam e que encontrou escondidos numa remodelação da sua casa. “Não os via há 40 anos. Depois de tanto tempo, já me tinha genuinamente esquecido de que eles existiam”, contou em entrevista ao “Guardian” ainda em novembro passado, em que compara estes diários a uma “descoberta arqueológica”. Revelações que Harrison Ford não comentou, ele que Fisher continuou a cumprimentar com um beijo nos lábios como fez há um ano em Londres, na apresentação do último episódio da “Guerra das Estrelas”, onde descreveu a saga como uma verdadeira “família”.