Niloofar Rahmani, de 25 anos, pediu asilo aos Estados Unidos, afirmando que a sua vida corre perigo se voltar ao Afeganistão.
Aos 18 anos viu um anúncio a dizer que a força aérea afegã estava a recrutar mulheres. Niloofar Rahmani concorreu e foi aceite, dando assim início ao seu programa de treino.
Dois anos depois sentou-se sozinha aos comandos de um avião, um Cessna 182. Mas quando a história desta jovem chegou aos jornais nacionais e internacionais, Rahmani e a família começaram a receber ameaças de morte, tanto de militantes islamitas, como de familiares mais distantes, alegando que estavam descontentes com o seu estilo de vida.
A jovem encontra-se a treinar com a força aérea americana há 15 meses no Arkansas, Florida e Texas e, anunciou ontem, que pediu asilo aos Estados Unidos, alegando que se voltasse para o seu país poderia correr risco de vida.
“As coisas não estão a mudar para melhor no Afeganistão. Estão cada vez piores”, queixou-se a jovem afegã numa entrevista ao The New York Times.
O Ministério da Defesa do Afeganistão reagiu às suas declarações, questionando as alegações da capitã Rahmani. “Tenho a certeza que ela estava a mentir quando disse que estava a ser ameaçada, só para conseguir asilo”, adiantou o porta-voz do Ministério, o general Mohammad Radmanish.
Em declarações à AFP, adiantou ainda que “o que ela disse nos EUA foi irresponsável e inesperado. Ela traiu o seu país. É uma vergonha!”.
Na sociedade afegã, é vista por muitas mulheres como uma heroína nacional e apontada pela comunidade internacional como um exemplo a seguir.
Niloofar recebeu em 2015 o prémio Mulheres de Coragem do Departamento americano, mas a sua atitude valeu-lhe mais duras críticas do que aplausos.