O chefe de Estado filipino voltou a admitir práticas criminosas, nos tempos que foi alcaide da cidade de Davao. Num discurso perante vítimas do violento tufão que atingiu as Filipinas, na terça-feira, Rodrigo Duterte confessou que já tinha atirado um homem de um helicóptero que estava a voar.
“Se forem corruptos, vou buscar-vos de helicóptero (…) e atiro-vos borda fora. Já fiz isto antes, porque não hei de o fazer outra vez?”, contou, citado pelo jornal britânico “The Guardian”, dirigindo as ameaças a todos os funcionários suspeitos de corrupção. O homem atirado do helicóptero, por Duterte, tratava-se de um cidadão chinês, suspeito de violação e assassinato.
O presidente das Filipinas tem colecionado polémicas atrás de polémicas, desde que foi eleito em maio, com a promessa eleitoral de acabar com os crimes relacionados com o tráfico de droga e corrupção no país, num prazo de 6 meses, através da perseguição e eliminação física de 100 mil pessoas. Para além dos insultos a Barack Obama ou ao Papa Francisco, Duterte chegou a comparar-se com Adolf Hitler, na sua missão de libertar as Filipinas dos criminosos.
Há pouco mais de uma semana, confessou que chegou a matar pessoas ligadas ao crime organizado, para dar o exemplo à polícia de Davao. Duterte contou que costumava patrulhar as ruas da cidade, montado numa mota, “à procura de problemas” e “confrontação”, para “poder matar”. A confissão foi negada por um assessor da presidência, mas o líder filipino fez questão de desmentir o funcionário, em declarações à BBC e garantiu ter praticado os crimes. A ONU já pediu à justiça local para investigar as palavras de Duterte.
Desde que assumiu o mais alto cargo político das Filipinas, já morreram perto de 6 mil pessoas.