2016 fica incontornavelmente marcado pelo desaparecimento de algumas das maiores figuras que serão eternamente lembradas pelo legado deixado nas diversas áreas em que se distinguiram. Um dia depois de, na passada terça-feira, Simon Halls, porta-voz da família Fisher, ter informado com “grande tristeza que [o filho] Billie Lourd confirma que a sua adorada mãe, Carrie Fisher, morreu às 8h55 desta manhã”, a morte voltou a assolar a família.
Aos 84 anos, Debbie Reynolds, a protagonista do musical “Serenata à Chuva” (1952) morreu, em Los Angeles, depois de ter sido levada de urgência para uma unidade hospitalar na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC).
“A última coisa que ela [Debbie Reynolds] disse esta manhã foi que estava muito, muito triste por ter perdido a Carrie e que gostaria de estar com ela outra vez”, afirmou Todd Fisher, filho da atriz, de acordo com o “Guardian”. Minutos depois a atriz sofreu um AVC grave. Fisher adiantou que o “único consolo é saber que a mãe [Debbie Reynolds] está a fazer o que queria. Cuidar da filha. O que ela fez melhor”. “Ela agora está com a Carrie e nós estamos com o coração partido”, concluiu.
Vida de estrela Mary Frances Reynolds nasceu a 1 de abril de 1932 em El Paso, Texas. Filha de um carpinteiro de caminhos-de-ferro, Raymond Francis Reynolds, e de Maxine Harmon, a atriz acabou por ser descoberta durante a participação num concurso de beleza, aos 16 anos, pelos estúdios da Warner Bros. Seria Jack Warner, chefe da empresa, o homem responsável pela ‘mudança de nome’, tendo batizado aquela que seria a próxima estrela de Hollywood sob o nome artístico de Debbie. Depois de protagonizar alguns musicais como “The Daughter of Rosie O’Grady” (1950), onde se estreou, ou “Two Weeks with Love” (1951), seria o sexto trabalho de Debbie, entretanto contratada pelo Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), estúdios onde trabalhou durante 20 anos, que a fez chegar ao auge da carreira, numa década em que viu a sua vida preenchida pelos musicais e o posterior reconhecimento. Em 1952 protagonizou “Serenata à Chuva”, com Gene Kelly e Donald O’Connor, considerado pelo American Film Institute como a melhor produção musical de sempre do cinema norte-americano.
Em 1964, quando tinha 31 anos, Debbie foi nomeada para o Óscar de Melhor Actriz pela performance em “Os Milhões de Molly Brown”, embora tenha perdido para Julie Andrews, protagonista de “Mary Poppins”. Os anos seguintes ficaram marcados pela primeira sitcom da atriz. Em 1969, The Debbie Reynolds Show passou a entrar nos televisores de casa dos cidadãos norte-americanos. Em 1996, com o projeto “Mother”, foi nomeada para os Globos de Ouro e conquistou o direito à estrela mais desejada pelos atores de Hollywood, no Passeio da Fama.
O último trabalho de uma carreira com quase 70 anos de história, “Behind The Candelabra”, surgiria em 2013. As últimas homenagens e prémios atribuídos à atriz foram desde a filmografia dos 65 anos, pelo sindicato de atores dos EUA ao Óscar honorário entregue pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, este ano.
Vida sentimental atribulada Em contraste com o sucesso profissional, a vida pessoal de Debbie Reynolds ficou pautada pelos vários casamentos falhados. Em 1955 casou pela primeira vez com o cantor Eddie Fisher, com quem manteve uma relação durante quatro anos, até 1959, e com quem teve os dois filhos, Tod e Carrie. O divórcio do casal tornou-se um dos maiores escandâlos da época, depois de ter vindo a público a traição de Fisher com a também atriz Elizabeth Taylor. Debbie voltou a casar um ano depois, com Harry Karl. Ao fim de treze anos o casal separou-se, depois de Karl ter esbanjado o dinheiro da atriz no jogo. 1984 seria a data do terceiro e último casamento da atriz com Richard Hamlett, com quem estaria durante uma década – até 1994.
Última mensagem “Obrigado a todos os que abraçaram os dons e os talentos da minha querida e extraordinária filha. Estou grata pelos vossos pensamentos e preces que a estão a guiar até à próxima paragem”, escreveu no Facebook. Um dia depois do desaparecimento da célebre Princesa Leia da “Guerra das Estrelas”, seria a sua vez.