Do Largo do Caldas a Lisboa

Ex-ministra do anterior Governo, Cristas foi eleita presidente do CDS e é candidata à Câmara de Lisboa. O próximo ano está repleto de desafios para a centrista. 

2016 não poderia ter terminado da melhor maneira para Assunção Cristas. Depois de uma passagem pelo Governo PSD/CDS, como ministra da Agricultura e do Mar, foi eleita presidente do CDS, em março. Tinha a difícil tarefa de suceder ao carismático líder centrista, Paulo Portas, mas a prova parece ter sido ultrapassada com sucesso. 

Em setembro, anunciou a sua candidatura à Câmara de Lisboa. «Quero dar o exemplo nesta mobilização do nosso partido [para as autárquicas] e é por isso que darei o meu exemplo, sendo candidata à presidência da Câmara Municipal de Lisboa», disse a líder centrista. Foi a primeira, e até ao momento a única pessoa a colocar-se na corrida à capital. Não é, contudo, a primeira vez que um líder do CDS concorre a Lisboa: Paulo Portas fê-lo em 2001, tendo sido derrotado por Pedro Santana Lopes. O PSD ainda não pôs de parte a possibilidade de apoiar a presidente do CDS. Muitos consideraram o avanço um erro, tendo em conta as aspirações a nível nacional do partido. Cristas, porém, não se demove e já garantiu que irá manter-se na câmara mesmo que não vença as eleições. «É possível conciliar uma oposição à câmara e ao Governo até às legislativas», disse a ex-ministra, numa entrevista, ao Diário de Notícias. A líder tem noção de que as probabilidades não abonam a seu favor, especialmente porque o CDS parte com números baixos. «Trabalharei, obviamente, para um objetivo máximo, sabendo do que estamos a falar, do ponto de partida, é exatamente isto: 6%, 7% de votação autónoma do CDS».

No Porto, a situação também parece bem encaminhada. Depois de terem sido o único partido a apoiar a candidatura independente de Rui Moreira à Invicta, em 2013, a concelhia do Porto do CDS formalizou, esta semana, o apoio ao autarca. Também o PS disse que estava com a candidatura do atual presidente da câmara.

As eleições autárquicas, no entanto, não se esgotam em Lisboa e Porto. A verdade é que a presença dos centrista é bastante fraca por todo o país. O desafio de Cristas será aumentar o número de câmaras por todo o país e já foram dados os primeiros passos para que este cenário se concretize com a assinatura do Acordo Quadro para as Coligações Autárquicas entre o CDS e o PSD.