«Chegou a hora de mudar». A ambição foi assumida por António Guterres na posse enquanto secretário-geral da ONU. O seu mandato começa já no primeiro dia do ano e serão vários os desafios que se adivinham.
O secretário-geral da ONU não tem agenda própria, isto é, está sempre condicionado pelo Conselho de Segurança, órgão de soberania das Nações Unidas. Há questões, contudo, às quais não poderá escapar: o final da guerra da Síria, a questão dos refugiados, a complexa relação entre a Ucrânia e a Rússia quanto à Crimeia, as crises humanitárias que se vivem no Darfur e no Sudão do Sul são alguns dos exemplos. Guterres terá de lidar com a nova administração norte-americana, liderada por Donald Trump, relutante quanto ao trabalho da organização.
«Antes de ser um reformador, Guterres terá de ser um gestor», afirmou Viriato Soromenho Marques ao SOL, no passado mês de outubro. Isto é, o português terá a difícil tarefa de gerir a «pesada máquina» das Nações Unidas, cujos «problemas crónicos de financiamento» são conhecidos.