O Banco de Portugal vai tomar a sua decisão esta semana (lá mais para o fim da semana) e depois levará a sua proposta ao Governo, que decidirá sobre a venda do Novo Banco, revelou Marques Mendes. Na SIC, o comentador revelou que há “uma pequena reviravolta no processo”: serão os americanos da Lone Star a ser colocados na posição de vencedores e não os chineses do grupo China Minsheng.
“Os chineses, que tinham a proposta melhor, não vão ganhar. Afinal, não conseguiram apresentar a tempo as garantias necessárias”, revelou Marques Mendes na SIC.
“Assim sendo, a proposta que o Banco de Portugal apresentará ao governo terá certamente como vencedor o candidato seguinte, os americanos da Lone Star”, disse o comentador.
Propostas
A oferta da Lone Star pelo Novo Banco, incluindo o chamado side bank vale cerca de oito mil milhões de euros. A proposta garante receita imediata ao Fundo de Resolução e um aumento de capital. E garantirá, até, que os dividendos que vierem a ser gerados pelo Novo Banco sejam, em primeiro lugar, para o Fundo de Resolução.
Já o China Minsheng admitia realizar um aumento de capital em duas fases, a primeira de 600 milhões de euros e a segunda de 150 milhões. Mas uns dias depois da assinatura do acordo de compra, precisamente há um mês, a China levantou restrições à saida de dinheiro e o China Minsheng, com sede em Hong-Kong, terá ficado sem capacidade para assegurar a prova dos fundos necessários à operação. Pediu mais tempo, mas não terá conseguido desbloquear a situação.
O Novo Banco, recorde-se, é um banco de transição, que resultou da resolução do BES e, à data da sua criação, recebeu 4,9 mil milhões de euros de capital do Fundo de Resolução que, por sua vez, pediu 3,9 mil milhões emprestados ao Estado para o fazer.
Sérgio Monteiro pode ficar até abril
O novo contrato de Sérgio Monteiro para vender o Novo Banco estende-se até ao final deste mês. Contudo, as cláusulas contratuais prevêem que possa ir até abril. As condições financeiras mantêm-se: uma remuneração de 25,4 mil euros por mês.
"O contrato inicia-se a 1 de novembro de 2016 e mantém-se em vigor pelo prazo de três meses, considerando-se automaticamente renovado por períodos sucessivos de um mês, até um máximo de três meses, se nenhuma das partes não o denunciar, sem prejuízo das obrigações acessórias que devam perdurar para além da sua cessação", assinala o contrato publicado a 5 de dezembro no portal Base.