São denúncias graves as que chegaram ao BE e com as quais os bloquistas confrontaram o governo numa pergunta enviada pelo deputado Moisés Ferreira no dia 11 de dezembro. O bloquista diz ter tido conhecimento através de trabalhadores do Hospital de Cascais de que a administração privada tem optado pela “aquisição de material mais barato e de pior qualidade” e que manipula dados sobre os cuidados prestados por forma a receber mais do Estado.
“Há o relato de manipulação de indicadores ou manipulação de registo da atividade assistencial, de forma a garantir uma maior retribuição por parte do Estado”, escreve Moisés Ferreira. “Por exemplo, registar procedimentos realizados em consulta de dermatologia, ginecologia e urologia como sendo procedimentos realizados em bloco operatório, de forma a serem contabilizados – e pagos – como cirurgias”, aponta o deputado.
Mas não é só: bloquista acusa a administração de proceder ao “cancelamento de tempos de operatório, obrigando os médicos a usar este tempo para a realização de consultas”. Isto porque o volume de produção cirúrgica contratualizada já teria sido atingido, sendo necessário, no entanto, atingir o contratualizado do ponto de vista de consulta médica. “Desta forma, evitam-se penalizações por incumprimento da produção contratualizada, mas penalizam-se os utentes”, conclui o deputado.
Moisés Ferreira aponta ainda o dedo à “elevada rotação dos profissionais contratados como recibos verdes”, afirmando que há um “atropelo aos direitos dos trabalhadores” na instituição gerida pelo grupo Lusíadas.