António Domingues afirmou que a determinação das imparidades “é uma responsabilidade das administrações” e não dos auditores. “Tentar atirar a responsabilidade para os auditores quer neste caso quer noutros é completamente errado”, afirmou o presidente demissionário da Caixa Geral de Depósitos que está a ser ouvido esta manhã no Parlamento, na comissão de Finanças.
O responsável vai longe e diz que, os auditores têm um “papel de complemento, de fiscalização”.
Esta é a resposta do ex-presidente da CGD quando confrontado pelos deputados sobre a existência de imparidades no maior banco do país. “A Caixa analisou todas as exposições acima de três milhões de euros. Esse foi o critério. Perto de 80% das imparidades adicionais resultaram de análise individual dos devedores”
“As imparidades não aparecem quando são registadas. Elas estão lá, do ponto de vista económico”, respondeu Domingues.
Adiamento da recapitalização "não terá condições negativas"
Sobre o adiamento do plano de recapitalização, Domingues explica que “houve questões burocráticas e processuais que foram mais demoradas do que se esperava”, como é o caso de autorizações de topo ao nível do supervisor. “Isso consumiu algum tempo”.
“Havia uma janela que era a última semana de novembro e a primeira de dezembro, a Caixa tinha tudo preparado para isso, por isso não vejo nenhum problema com o adiamento. Tudo foi tratado com as autoridades e supervisor para que esse deslizamento não tivesse condições negativas. Foram asseguradas, com o supervisor, as condições para que tudo se processasse em boa hora”, salientou.