Os primeiros favoritos, com a melhor proposta, foram os chineses da Mincheng, que acabaram por desistir por não terem conseguido as garantias bancárias necessárias para continuar – isto é, não puderam provar que tinham dinheiro para pagar o banco.
Isso deixou como novos favoritos os americanos da Lone Star, com uma proposta muito baixa (no total, 1.500 milhões de euros), mas exigiam garantias do Estado para processos judiciais de 8.000 milhões de euros. Ora, o ministro das Finanças, Mário Centeno, acabou na prática por afastá-los, dando uma entrevista ao Diário de Notícias na qual afirmou, perentoriamente, que “Não haverá garantias do Estado no Novo Banco”. Parece, pois, que a Lone Star está afastada. De qualquer maneira, a proposta deles expira hoje, por decisão dos próprios.
Surgiu anteontem um novo concorrente, o consórcio americano Apollo/Centerbridge, que talvez conte com a participação do grupo português Violas Ferreira. Contudo, este consórcio internacional, que por desistência dos outros concorrentes poderia chegar à meta como titular, pediu mais uma semana para analisar o dossier, o que parece que lhe vai ser negado. Que raios, porquê? Já passaram quase dois anos e meio desde o colapso do BES, seria que mais uma semana faria diferença?
Assim, quem foi mais arguto foi o leitor que usa o pseudónimo “da”” e que disse que o objetivo era meter o NB na CGD, e que era esse o objetivo da geringonça. Duvido que fosse esse o objetivo da geringonça, senão não teriam gasto tempo e dinheiro para vender o banco, e a fusão entre os dois seria provavelmente chumbada pela Direção Geral da Concorrência, em Bruxelas. Mas no essencial o leitor “da” tinha razão: hoje, parece mais plausível que venha a surgir outro banco estatal em Portugal: o Novo Banco. Mário Centeno admite essa hipótese. Quem diria?
Nota final: os custos dos processos judiciais ficam para nós, contribuintes. E podem ser muito mais elevados do que um Novo Banco lucrativo possa pagar ao Estado em dividendos.