Voltando à nossa novela, a confusão parece estar instalada na venda do Novo Banco. O Banco de Portugal concluiu que a melhor proposta é a do fundo de investimento americano Lone Star, que exige garantias do Estado para cobrir os custos com processos judiciais de 8.000 milhões de euros, isto no próprio dia em que Mário Centeno veio dizer publicamente que o Estado não dará um cêntimo para cobrir custas judiciais.
O governo tem a decisão última, mas é estranho que o Banco de Portugal tenha recomendado uma solução que saiba que não deve ser viável. É sabido que Carlos Costa e Mário Centeno não são os melhores amigos do mundo. E mais curioso ainda é que Mário Centeno, que advoga que a solução do problema pode ser a nacionalização do Novo Banco, fez o doutoramento na capital intelectual do capitalismo moderno, a Universidade de Harvard, nos EUA.
Aguarda-se agora a reação do conselho de ministros. Consoante essa reação, talvez eu ainda escreva outra crónica hoje.