O fundo norte-americano Lone Star, escolhido pelo Banco de Portugal, como o candidato mais bem colocado para a compra do Novo Banco garantiu, esta quinta-feira, que irá "trabalhar incansavelmente com o Banco de Portugal, o Fundo de Resolução e o governo português para assegurar um acordo final para apoiar a reestruturação do Novo Banco, para um benefício de longo prazo dos seus clientes, colaboradores, credores e da economia portuguesa em geral”, revelou em comunicado.
O fundo diz ainda que está muito otimista sobre Portugal e sobre o futuro da economia do país e, como tal, promete "disponibilizar o capital, recursos e os conhecimentos necessários para garantir que o Novo Banco continue a ser um pilar forte do sistema bancário português, com especial enfoque no mercado interno.”
“Reconhecemos que o Novo Banco tem um enorme potencial por explorar, pelo que iremos investir no Banco – no seu negócio e nas suas pessoas – e aplicar a experiência que temos no fortalecimento de bancos em toda a Europa para o posicionar para um futuro de sucesso”, revelou ainda.
“Compreendemos a importância de dar os passos necessários, em parceria com todos os stakeholders do Novo Banco, para ajudar a restabelecer a saúde financeira da instituição, numa perspectiva de longo prazo. Conhecemos bem Portugal e a região da Península Ibérica, onde já investimos em empresas, ativos e carteiras de crédito valorizadas em mais de 7 mil milhões de euros, tendo também aberto um escritório em Lisboa.”
Três propostas em cima da mesa
O Banco de Portugal tem em cima da mesa três propostas para a compra do Novo Banco: a do China Minsheng, a do consórcio Apollo/Centerbridge e uma do fundo norte-americano de private equity Lone Star. No entanto, a escolha do orgão regulador para aprofundar a negociação para a venda recaiu sobre este último fundo.
“Com base nos elementos disponíveis nesta data [o Banco de Portugal conclui] que o potencial investidor Lone Star é a entidade mais bem colocada para finalizar com sucesso o processo negocial tendente à aquisição das ações do Novo Banco e decidiu convidá-lo para um aprofundamento das negociações”, referiu ontem à noite em comunicado.
“A estabilidade do sistema financeiro e o reforço da confiança no futuro do Novo Banco são objetivos do processo de venda”, diz o Banco de Portugal, salientando que “a proposta do potencial investidor Lone Star é a que mais assegura estes objetivos mas apresenta condicionantes, nomeadamente um potencial impacto nas contas públicas, que se procurarão minimizar ou remover no aprofundamento das negociações que agora se inicia”, diz ainda o documento.
No entanto, a proposta dos americanos implica uma garantia de Estado, a chamada Asset Protection Scheme (APS) sobre ativos do ‘side bank’, a parte do Novo Banco que não integra a operação de retalho da instituição.
Ainda assim, o Banco de Portugal referiu que tanto o consórcio Apollo/Centerbridge como o China Minsheng estão disponíveis para melhorem as respetivas ofertas.
A verdade é que, apesar do parecer do orgão regulador, a escolha do vencedor cabe ao governo.