Um grupo de acionistas do BPI vai avançar com uma ação junto dos tribunais contra a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Em causa está “o indeferimento da pretensão formulada de nomeação de auditor independente para a fixação de contrapartida equitativa a pagar pelo Caixabank” na operação de Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o banco liderado por Fernando Ulrich, revela uma carta a que o SOL teve acesso.
“Comunica-se este facto, interpelando a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de praticar atos no âmbito do procedimento administrativo de registo da OPA, que ofendam irremediavelmente os direitos” deste grupo de acionistas. Desta forma, defendem “a salvaguarda dos direitos de pequenos acionistas que seja despoletado o mecanismo de determinação de contrapartida equitativa prevista no código 188 do código de valores mobiliários”, salientam.
Recorde-se que, este grupo tem vindo a defender que o valor oferecido pelo CaixaBank na OPA sobre BPI é mais baixo 53% do que o valor real das ações da instituição financeira e está e ser penalizado pela forte desvalorização que ocorreu no setor financeiro e acabou por se refletir no valor bolsista em toda a banca. Aliás, este é um dos argumentos que tem sido usado para que a CMVM nomeie um auditor independente para fixar o preço da OPA.
“As ações do BPI apresentam liquidez reduzida, pois revela-se difícil a sua transformação em meios monetários, sendo que, atualmente, o valor das ações no mercado regulado é inferior ao valor económico real”, já revelaram em outubro passado.
A verdade é que o preço por ação já tinha sido revisto pelo CaixaBank depois de a OPA se ter tornado obrigatória. A 18 de abril, quando o banco espanhol lançou a operação, oferecia 1,113 euros por ação, valorizando o banco em 1600 milhões de euros. Agora oferece 1,134 euros por ação, avaliando o BPI em 1650 milhões de euros.
O SOL tentou obter uma reação por parte da CMVM, mas ainda não prestada nenhuma informação.