Todas as hipóteses sobre o Novo Banco em aberto

O ministro das Finanças está confiante que a recuperação económica de 2017 melhore o mercado da dívida e não exclui nenhuma hipótese para o Novo Banco. 

Em entrevista à agência de notícias Reuters, Mário Centeno, mantém todas as hipóteses sobre o futuro do Novo Banco em aberto, incluindo uma possível nacionalização se Portugal falhar um acordo com algum dos potenciais compradores.  

“Nenhuma porta está fechada”, disse Centeno, acrescentando que o governo tem “de encarar que caso não haja uma venda, poderão existir outras alternativas que permitam alcançar o primeiro dos objectivos que é a estabilidade do setor financeiro”.

O Estado tinha a expetativa de encontrar um comprador para o Novo Banco até ao final de 2016 e concordou com uma data limite para a venda em agosto. Mas qualquer solução que não a venda do banco saído do colapso do BES terá de ser discutida com as autoridades europeias.

Sobre a dívida – cujos juros das obrigações a 10 anos ultrapassaram os 4% – Centeno diz ser “uma subida temporária associada a fatores muito específicos e falta de liquidez no mercado”. O ministro das Finanças garante que os aspectos “fundamentais da economia de Portugal estão mais fortes”.

O governante mantém a previsão de crescimento de 1,5% este ano, depois de 1.2% no ano passado e que o défice em 2016 “muito provavelmente” ficou abaixo da previsão do Governo de 2,4% do PIB.

Com este cenário, o ministro espera que o rating da dívida pública portuguesa melhore este ano. “Olhando para a análise usada pelas agências… estou muito esperançoso e a trabalhar para que isso aconteça”.