O BCP vai reservar 40% dos lucros para pagar dividendos aos acionistas já no próximo ano. A ideia do banco liderado por Nuno Amado é normalizar a sua atividade depois de concluir o aumento de capital no valor de 1,3 mil milhões de euros. O prospeto para avançar com a operação já foi entregue na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No documento, o BCP indica que a “emissão de direitos pretende acelerar o regresso à normalização da atividade do banco, incluindo o potencial regresso ao pagamento de dividendos, em vez da abordagem faseada seguida até à data”.
Tendo em conta esse “potencial regresso ao pagamento de dividendos”, a equipa de Nuno Amado avança com uma intenção: “objectivo para um ‘pay-out’ ratio de pelo menos 40% em 2018, sujeito a requisitos regulamentares”. O rácio indica a disposição de distribuir um mínimo de 40% dos resultados obtidos em remuneração acionista.
Esta informação vai ao encontro do que já tinha sido revelado ontem pela agência de rating DBRS ao afirmar que a instituição financeira voltará a pagar dividendos, uma vez que deixou de fazê-lo quando o Estado teve de emprestar dinheiro ao BCP em 2012, através de obrigações convertíveis conhecidas por CoCos.
Este aumento de capital vai permitir que o banco liderado por Nuno Amado pague os 700 milhões que ainda deve. E este pagamento total deve ter um impacto positivo na margem financeira de cerca de 65 milhões de euros por ano e, como tal, o banco deixará de ter “restrições no pagamento de dividendos assim que regressar aos lucros”, explica a DRBS.
Recorde-se que, a instituição financeira deixou de pagar dividendos desde que o Estado teve de emprestar dinheiro ao banco, em 2012.
O aumento de capital começa já na próxima semana. Na terça-feira, as ações do banco passam a negociar sem direitos associados à operação, já que estes começam a negociar em bolsa na quinta-feira seguinte, dia 19 de janeiro. Estes direitos permitem a compra das novas ações que serão emitidas pelo BCP.