1. Mário Soares. O que hoje somos a ele o devemos. O bom e o mau. Mas o bom é mil vezes mais importante. Mas nunca votei Mário Soares.
2. A recessão que não foi. O Banco de Inglaterra falhou grosseiramente a suas previsões sobre o impacto no curto prazo do voto de junho de 2016. As acusações de partidarização das previsões voaram (afinal não é só em Portugal). O economista-chefe em contrição televisiva, culpou a ciência económica e os seus pressupostos de racionalidade. Mas na realidade o que falhou foram aqueles que vendem a ilusão de que os modelos podem fazer previsões de curto praxo de comportamentos agregados na sequência de um choque tão complexo (e nunca antes observados) como foi a BREXIT.
3. Brexit e o ensino superior em Portugal. Vivendo em Inglaterra todos os amigos me perguntam qual vai ser o impacto da BREXIT. A todos respondo que não sei porque também não sei como vai ser a BREXIT: dura, suave, abrupta, gradual…? Mas uma coisa parece clara: os dias do Ensino Superior como uma grande indústria exportadora irão acabar se o governo de Theresa May insistir em considerar estudantes como imigrantes. Esta eventualidade pode representar uma boa oportunidade para as melhores universidades portuguesas, sobretudo se a ela se associar um mais difícil acesso britânico ao financiamento europeu da ciência. As instituições portuguesas devem associar-se a congéneres britânicas e facilitar a deslocalização de parte das suas operações para a UE, onde poderão continuar projetos científicos e a ensinar alunos estrangeiros.