O italiano Antonio Tajani foi esta terça-feira eleito presidente do Parlamento Europeu, sucedendo ao alemão Martin Schulz, socia-democrata que transformou o cargo e o abandonou para se candidatar às eleições legislativas no seu país.
Tajani agarrou a eleição apenas na sua quarta ronda, votada por volta das 20h, passados vários avanços, recuos e candidaturas retiradas à última hora.
A vitória do italiano do Partido Popular Europeu (PPE) significa que as três instituições de poder da União Europeia – a Comissão, o Parlamento e o Conselho – estão agora nas mãos do partido europeu de centro-direita, demonstrando, por outro lado, o ruir da influência dos social-democratas e socialistas.
Tajani não chegaria à vitória sem a aliança travada entre o PPE e os Liberais, liderados por Guy Verhofstadt, que, na manhã de ontem, anunciou que afinal não seria candidato para em vez disso apoiar Tajani.
Em troco do seu apoio ao PPE, os liberais negociaram o controlo sobre a influente Conferência dos Presidentes dos Comités.
O resultado prático, como escreve esta terça-feira o portal europeu da Politico, é o fim da grande aliança entre o centro-esquerda e centro-direita europeu, inciada em 2004, quando socialistas e conservadores se aliaram para apontar Josep Borrell.
O italiano Tajani, antigo porta-voz de Silvio Berlusconi, fundador do Forza Italia e antigo comissário europeu, teria conquistado a maioria absoluta antes de uma quarta ronda, mas a candidata dos Conservadores e Reformistas, Helga Stevens, recusou retirar-se da corrida antes disso.
Foi forçada a fazê-lo na última votação, travada apenas entre os mais votados, Tajani e o seu compatriota socialista, Gianni Pittella. O militante do PPE venceu por 351 votos contra 282.