O antigo dirigente do PSD Paulo Mota Pinto classificou como lamentável a posição assumida pelos responsáveis do partido sobre o acordo de concertação social.
Para o antigo vice-presidente de Manuela Ferreira Leite, a posição da atual direção de Pedro Passos Coelho nega a matriz ideológica originária dos sociais-democratas.
O antigo juiz do Tribunal Constitucional e atual professor universitário criticou a oposição manifestada pelo PSD ao acordo de concertação social, designadamente em matéria de redução da taxa social única (TSU) para os empregadores em 1,25% este ano, como compensação pelo aumento do salário mínimo para 557 euros.
“A posição declarada pelo PSD sobre o acordo na concertação social é lamentável, porque contraria posições políticas e propostas assumidas pelo PSD desde há anos sobre medidas no essencial semelhantes”, afirmou Paulo Mota Pinto, dizendo estar em causa “um princípio de coerência”, de acordo com notícias divulgadas na imprensa, citando a Lusa.
Ainda de acordo com o antigo dirigente nacional dos sociais–democratas, a posição da atual direção “afronta a concertação social, negando a matriz ideológica originária que para sempre se instalou no PSD”.
“A posição do PSD renuncia ao centro político, permitindo a sua captura pelo ‘partido liderante’ do governo. Portugal precisa de um PSD forte e social–democrata, que seja intérprete leal do bem comum”, defendeu Paulo Mota Pinto.