Contas feitas, cinco bancos, desde 2001, destruíram 35 mil milhões de capital. O montante resulta de uma análise feita pelo BPI, que fez as contas com base no capital que foi injetado em cinco instituições, os seus dividendos e os resultados. De acordo com Fernando Ulrich, falamos de uma “destruição colossal do capital”. Na opinião do banqueiro, o custo que foi suportado pelo Estado e pelos contribuintes é muito baixo quando comparado com o que foi gasto por acionistas e outros países. “É mentira que os contribuintes tenham pago os custos da banca”, atirou Ulrich.
Na lista dos bancos analisados estão a CGD, o BPN, o Banif, o BCP e o Novo Banco, que destruíram os 35 mil milhões em capital injetado por acionistas desde 2001 – uma verba que representa 19% do valor do BPI.
“É uma história de destruição de capital brutal. Em 16 anos, é uma verba verdadeiramente colossal.” Pior: o esforço que foi feito acabou por não valorizar os bancos.
Para o banqueiro, “o esforço efetivamente suportado pelo Estado e pelos contribuintes foi muito baixo quando comparado com o dos acionistas e o que foi suportado pelos outros países” e garante que o balanço aponta para perdas públicas que rondam um intervalo entre os 4,4 e os 6,4 mil milhões de euros. E é este argumento que leva Fernando Ulrich a contestar a ideia de que os bancos têm sido suportados com dinheiro público. Até porque considera que é verdade que os contribuintes portugueses já perderam muito dinheiro com a banca, mas também garante que “foram bem protegidos”.
De acordo com o líder do BPI, a análise incluiu o próprio banco que lidera, mas neste caso avança que o esforço feito pelos acionistas foi positivo.
A estratégia para o BPI
A estratégia do CaixaBank para o BPI já é conhecida e incorpora a independência da instituição após a OPA do CaixaBank.
De acordo com o comunicado, “é intenção do oferente que a sociedade visada mantenha o seu estatuto como independente, mantendo a linha geral de continuidade no que concerne às suas atividades”.
Para o CaixaBank é claro que o BPI tem vindo a fazer, ao longo dos últimos anos, um esforço no sentido de melhorar a “posição competitiva em Portugal”, mas não esconde que pertencer a “um grupo bancário de maior escala permite alcançar maiores níveis de eficiência, produtividade e rentabilidade no contexto de um setor bancário doméstico mais competitivo”. O CaixaBank garante que o BPI vai manter-se na bolsa.