Cristiano Ronaldo continua a colecionar prémios relativos ao ano de 2016. Desta feita, foi o jornal chinês "Dongqiudi" a distingui-lo com o troféu de MVP futebolístico do ano passado, mas o tema principal na entrevista que se seguiu foi, como não podia deixar de ser, a relação do CR7 com Lionel Messi. Uma "rivalidade saudável", voltou a frisar Ronaldo.
"Ele tenta fazer o melhor para a sua equipa e eu para a minha. Somos rivais porque jogamos em clubes distintos mas quando estamos juntos temos um respeito mútuo. Tenho uma relação normal com ele. Para mim, essa guerra não existe. As pessoas comparam-nos o tempo todo, é normal. Até compararam os nossos filhos quando nasceram, no colégio: quem é mais rápido, mais inteligente… é parte do negócio. Mas creio que não podes comparar coisas. Cristiano é Cristiano e Messi é Messi. Somos os dois grandes jogadores, os títulos individuais e coletivos falam por si. A comparação? Não gosto de comparar, essa palavra não existe para mim. Somos diferentes, duas pessoas a fazer o seu trabalho, apenas isso", realçou o internacional português.
Nos últimos jogos, o CR7 não tem tido um rendimento tão alto como aquele a que os adeptos estavam habituados. Frente ao Málaga, chegou mesmo a ser assobiado por adeptos do Real Madrid, mas desvaloriza o assunto. "Simplesmente isso não me importa. Trato de fazer o meu trabalho, ser eu mesmo. O mundo inteiro tem pessoas que odeia, não apenas a mim. Faz parte do negócio. Vou todos os dias para a cama de bom humor, contente. Durmo bem cada noite. Não estou aqui para contentar os meus críticos, estou aqui para fazer os meus seguidores contentes, são os que me mostram respeito e carinho, os que estão comigo o tempo todo. Isso é o mais importante para mim", disse o jogador merengue, elogiando o seu treinador em Espanha, Zinedine Zidane: "Quando chegou à equipa os jogadores tinham um grande respeito por ele como jogador. E agora como treinador é o mesmo. Ele demonstra paixão pelo futebol. Quando Zidane chegou mudou tudo. É um treinador muito profissional, muito tranquilo. Era o que precisávamos naquele momento, ele mudou tudo. Por isso tivemos a série de 40 jogos sem perder. O grande responsável por isso é Zidane, porque mudou a mentalidade da equipa e começámos a ganhar quando chegou ao cargo."
Questionado sobre a possibilidade de um dia ele próprio vir a ser treinador, Cristiano Ronaldo afirmou ver essa hipótese como bastante remota. "Não creio. Hoje digo que não. Mas a mentalidade muda, não sei se no futuro terei o mesmo pensamento. Agora concentro-me na minha carreira como jogador", realçou, lembrando ainda o contrato que o liga ao Real Madrid para contornar a questão sobre o dia de encerrar a carreira – já completa 32 anos em fevereiro. "Quando assinei o meu novo contrato com o Real Madrid, disse na conferência de imprensa que queria jogar até aos 41 anos. Disse a sério e ao mesmo tempo a brincar. No futebol não podes garantir nada. Se estiver em boa condição física, se não tiver lesões e continuar motivado, jogarei até aos 35,36,37,41,45… não sei. Tudo depende da tua mente. E espero que cada ano encontre motivação para jogar futebol, porque é a minha paixão e é o que amo fazer", concluiu.