Está totalmente errada, e faz-me quase sentir vergonha de pertencer a um país aliado dos EUA. Felizmente, os EUA não são só compostos de alucinados como o seu presidente.
Para saber se a tortura funciona, Trump devia falar com o seu colega de partido, o senador John Mcain. Mcain, que disputou as primárias de 2000 contra George W. Bush e as eleições presidenciais de 2008 contra Barack Obama, perdendo em ambas as ocasiões, era piloto de aviões caças-bombardeiros na guerra do Vietname. Durante uma missão de bombardeamento foi abatido, feito prisioneiro (passou cinco anos em cativeiro) e brutalmente torturado: ainda hoje não se consegue curvar o suficiente para abotoar os sapatos.
Durante as sessões de tortura, a vítima quer que o sofrimento acabe o mais rapidamente possível, pelo que a sua imaginação ganha asas. Uma vez, ao ser torturado para dizer quais eram os nomes de chefias militares dos EUA no Vietname, Mcain teve a ideia de dizer os nomes de uma equipa de futebol americano. Os carrascos pararam o seu sinistro trabalho, convencidos que tinham obtido uma confissão, e Mcain pôde descansar.
O que o líder do mundo livre devia dizer era: “Nós somos diferentes. Nós não torturamos.” Na Europa, nenhum país o acompanhará nos seus horríveis propósitos. É que nós somos mesmo diferentes dos nossos inimigos.