“Irei construir um enorme muro – e ninguém constrói muros melhor do que eu, acreditem – e irei construi-lo muito barato. Irei construir um enorme muro na nossa fronteira, a sul, e farei o México pagar por ela. Gravem as minhas palavras”. A promessa foi feita por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos desde o dia 20 de janeiro, e estas suas palavras foram efetivamente gravadas, em junho de 2015, aquando do anúncio da candidatura do republicano à Casa Branca, e relembradas, esta quarta-feira, pela Fox News.
Foi precisamente ontem que Trump oficializou a tão badalada promessa. Depois da assinatura de diversas ordens executivas, ao longo da semana, destinadas a revogar uma série de orientações e estratégias políticas que estavam a ser seguidas pela administração anterior, o novo presidente norte-americano utilizou o mesmo método para confirmar os planos de edificação da barreira física, o fim das “cidades santuário” e o abandono da prática legal, seguida pelas autoridades federais, de deixar em liberdade os imigrantes ilegais detidos, antes de irem a julgamento.
A construção do muro ao longo da fronteira dos EUA com o México foi uma das primeiras e mais emblemáticas promessas eleitorais do programa de Trump e sua insistência sobre a quem seria enviada a fatura – calcula-se que o total da obra ultrapassará os 8 mil milhões de dólares (cerca de 7,4 mil milhões de euros) previstos pelo atual presidente – foi garantia de aplausos de entusiasmo nos incontáveis rallies de campanha do magnata. Os mexicanos recusaram repetidamente poder vir a cobrir as despesas do muro e Trump acabou por esclarecer, no início deste ano, que o projeto iria ser financiado pelos norte-americanos, após aprovação do Congresso, que depois negociaria com o México a sua contribuição.
Numa entrevista à ABC News, o presidente confirmou esta solução e garantiu que os mexicanos vão acabar por pagar “100%” do muro. Face à posição irredutível do México, Trump admite, no entanto, que possam existir dificuldades e que o pagamento “poderá ser feito através de uma solução complicada”. Ainda assim, o chefe de Estado defende que está a fazer algo de “muito bom”, tanto para os EUA como para o México e revelou que é do interesse dos norte-americanos ter um vizinho “estável e sólido”. Quanto ao início dos trabalhos de construção da barreira física, Trump aponta para os “próximos meses”.
Fraude eleitoral
Também ontem, mas no Twitter, o presidente dos EUA fez mais uma promessa. Depois de ter trazido novamente à baila, no início da semana, as suspeitas de que houve uma gigantesca fraude eleitoral, que permitiu a mais de 5 milhões de estrangeiros ilegais votarem em Hillary Clinton, nas eleições de novembro, Trump prometeu, através de uma mensagem publicada naquela rede social, ordenar uma investigação ao ato eleitoral – que lhe deu a vitória no Colégio Eleitoral, mas a derrota na votação a nível nacional, para a democrata.
O presidente norte-americano acredita que a referida investigação vai provar a existência de eleitores que “votaram em dois estados”, de eleitores “ilegais” e de eleitores registados que “estão mortos”, “alguns há muito tempo”. Caso os resultados da investigação comprovem estas ou outras ilegalidades, Donald Trump promete que a sua administração irá “fortalecer os procedimentos de votação”.