Foi hoje confirmado um caso de gripe das aves numa garça-real. A deteção do vírus influenza A do subtipo H5N8 – altamente agressivo – fez aumentar o nível de alerta para a doença e foram já reforçadas as medidas de proteção e vigilância na região. O caso já foi reportado à Comissão Europeia e à Organização Mundial de Saúde Animal.
No entanto, Graça Freitas, subdiretora geral da saúde, garantiu ao i que a deteção do vírus numa garça real, uma ave silvestre, não aumenta o grau de alerta em Portugal. “Estamos num nível de alerta muito baixo, para não dizer nulo”, reforça a especialista.
Graça Freitas explica que presença dos vírus da gripe em aves silvestres é expectável, sendo que o mais problemático é quando são detetados em aves domésticas, por exemplo galinhas de capoeira. “A transmissão do vírus de aves silvestres para a população humana é um evento raríssimo. Transmitem a aves domésticas e é a partir destas que há casos de contágio com humanos.” A responsável esclarece ainda que esse processo não é linear, sendo necessário haver compatibilidade entre os vírus e os hospedeiros. “É como ter a chave certa para a fechadura”.
Como medida de precaução, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária garante que foi já proibido o comércio de aves em mercados rurais, largadas de pombos e caça com negaças vivas. Entretanto, a DGAV mantém um dispositivo de vigilância sobre as aves de capoeira domésticas na região do Algarve.
A DGAV lembra que a estirpe do vírus influenza A do subtipo H5N8, não foi até ao momento encontrada em seres humanos.
O caso isolado de gripe aviária vai merecer, contudo, a atenção das autoridades de saúde, uma vez que nas últimas semanas foi reforçado o alerta internacional de mais casos entre aves domésticas. Até ao momento só estão reportados casos de infeção em humanos na China, com o vírus de gripe aviária A(H7N9).