De acordo com o diretor-geral da OMC, com os bloqueios fronteiriços às trocas comerciais “toda a gente fica a perder”. Ao mesmo tempo que reconheceu que reconheceu que o liberalismo comercial internacional também tem impactos nem sempre positivos, em particular nas economias avançadas.
“Se se acusa e atribui toda a responsabilidade ao comércio, não serão encontradas boas soluções”, argumentou Roberto Azevêdo antes de defender que “com o protecionismo não se vão melhorar as coisas”.
O brasileiro, que falava em Paris num colóquio sobre abertura comercial, crescimento e desigualdades, afirmou que 80% dos postos de trabalho desaparecem devido às mudanças tecnológicas e não devido à globalização e alertou que 50% dos empregos poderão ser ocupados por robôs.
Sobre a abertura de fronteiras ser responsável pelo aumento das desigualdades, Azevêdo considerou que estas são também resultado de “políticas nacionais” e da aplicação, ou ausência, de mecanismos de redistribuição de riqueza. “É necessário” encontrar uma forma de “repartir lucros, reduzindo as desigualdades", explicou o diretor-geral da OMC, para quem “isso não será obtido fechando as fronteiras”.
Sobre este ponto o economista-chefe do Banco Mundial, Paul Romer, indicou que, entre 1990 e 2010, o índice de desigualdade aumentou nos EUA e diminuiu na Dinamarca com as mesmas evoluções tecnológicas.