“Queremos um debate feito sem eufemismos”, disse Galriça Neto, que relembrou que “cada ser humano tem um valor intrínseco e único” e que, para o CDS-PP é possível ter dignidade na morte sem que se chegue a este ponto. A eutanásia pode implicar “que há direito a vidas a ser vividas e outras não”, reforçou, dizendo que este era “um caminho perigoso”. É uma forma “redutora, arcaica, pobre e desumanizada de tentar resolver o problema do sofrimento humano, que para nós resolve-se cuidando”, disse a deputada.
Por isso, o CDS-PP defende que se deve “reafirmar e ampliar um conjunto de direitos destas pessoas e das suas famílias” . Nesse sentido, o CDS irá apresentar uma iniciativa legislativa em serão clarificados alguns pontos relativamente às pessoas em processo de fim de vida. “Essa pessoa tem direito a receber informação detalhada sobre a sua doença, os prognósticos e as terapêuticas, tem direito a recusar tratamentos, tem direito a cuidados paliativos, tem direito ao uso adequado de fármacos e só excecionalmente ser imobilizado, tem direito a não ser alvo de obstinação terapêutica”, sublinhou.
À intervenção de Galriça Neto, a socialista Luísa Salgueiro e Moisés Ferreira (BE) retorquiram que o debate dos cuidados paliativos não se podia misturar com as questões da eutanásia. Uma posição secundada por Carla Cruz do PCP. “Rejeitamos liminarmente esta ideia, da eutanásia ser um sucedâneo dos cuidados paliativos”, afirmou.
Carlos Abreu Amorim, do PSD, relembrou que este não deve ser um “debate de partidos, nem entre esquerda direita ou entre moderna e retrógrados ou outros rótulos que queiram colocar”. “O PSD está de acordo com a melhoria da leis que temos relativamente aos cuidados paliativos e julgamos que não são problemas separados, é um debate que deve ser feito sem tabus”, afirmou.