Connie Inglis tem vindo a usar a sua conta de Instagram para documentar a sua luta contra a anorexia.
A jovem de 21 anos sofre da doença há dez anos, período durante o qual foi internada três vezes. No entanto, e de acordo com a CNN, não se sentia devidamente acompanhada no hospital, onde única preocupação era que comesse até atingir um determinado peso. Connie, tal como outros exemplos dados pelo i na reportagem publicada esta semana, encontrou nas redes sociais a resposta que não encontrava nos médicos.
Começou a publicar fotografias da sua recuperação, criando uma espécie de diário alimentar com imagens das suas refeições. “Para mim, tirar uma foto do prato e pô-la no Instagram significava que tinha que mesmo que o comer. Connie acredita que parte da sua recuperação vem do apoio que recebeu de quem segue a sua conta. “Tornou-se uma espécie de diário aberto”, admite.
Já em fase de recuperação, Connie continua a atualizar a conta na esperança de ajudar outras pessoas na mesma situação.
Tal como o i noticiou, esta é uma tendência cada vez mais comum e, em Portugal, é já bastante comum encontrar contas em redes sociais de jovens a recuperar de um distúrbio alimentar e que usam o instagram ou o Facebook como diário, onde registam fotos do que comem, do que treinam e das diferenças de imagem nas várias fases da recuperação. No entanto, as psiquiatras ouvidas pelo i alertam para o perigo desta prática, que acreditam poder fazer proliferar práticas menos saudáveis. Isabel Brandão, chefe da unidade de psiquiatria jovem e familiar do Hospital de São João, explicou ao i que para quem sofre da doença, a comida é já por si uma obsessão e, por isso, seria mais terapêutico que as contas criadas não fossem sobre esse tema. Além disso, por se tratar de um tema íntimo, não é defensora de uma partilha pública do tema nas redes sociais.