Rush também podia, neste momento, ser aplicado às decisões do IGCP – o organismo que gere a dívida do Estado português – quanto aos empréstimos que pede. Foi hoje anunciado que Portugal voltará ao mercado na próxima quarta-feira, dia 8, pedindo dinheiro emprestado entre cinco e sete anos. Serão (montante apenas indicativo) 1.250 milhões de euros pedidos emprestados. Como em janeiro já se pediu um novo empréstimo a dez anos de 3.000 milhões de euros, os dois empréstimos juntos totalizam 4.250 milhões de euros, ou 35% das necessidades brutas de financiamento do Estado para 2017.
35%, e estamos ainda no início de fevereiro. Qual é a pressa? A pressa é que as taxas de juro estão constantemente a subir, e se o Banco Central Europeu ficar impedido de comprar dívida portuguesa, por ter atingido o limite (que não é pequeno, trata-se de um terço da dívida pública de cada país), o que segundo alguns leitores deverá acontecer entre maio e agosto, os juros irão ainda subir mais.
São 15:35 horas em Lisboa, e as taxas de juro a dez anos estão em 4,09% (graças a mão muito visível do BCE, que com as suas compras de títulos já as fizerem descer de 4,21% hoje de manhã). De qualquer forma, como já escreveu aqui outro leitor, as taxas de juro portuguesas estão numa tendência de alta. Dai que o IGCP queira cumprir as necessidades de financiamento do Estado o mais depressa possível – no início de fevereiro, já quase um terço estarão asseguradas. Inteligentemente, a palavra de ordem no IGCP deve ser Rush – à pressa. O que não significa que estejam a fazer um mau trabalho, antes pelo contrário.