De acordo com a Moody’s – uma das agências de rating que considera o investimento em dívida portuguesa como especulativo – uma crise semelhante à de 2012 na Europa não existe, apesar do risco político elevado e do crescimento fraco.
"Há um equilíbrio pós-crise. Mas há riscos políticos. Algo está a emergir que claramente necessita de atenção", disse o diretor da divisão de risco soberano da Moody´s, que considera a Zona Euro mais bem preparada para lidar com choques do que em 2012.
No entanto, alerta Dietmar Hornung, os países em que a dívida pública continua a subir poderão ficar mais afetados por subidas das taxas de juro, como por exemplo Portugal e Itália. “Se as taxas subirem nos próximos anos, os países mais periféricos são impactados no rácio da dívida sobre o PIB. E se houver um choque no crescimento pode não haver capacidade para dar resposta do ponto de vista orçamental”, considera.
O responsável da Moody’s salientou a “fragilidade do setor financeiro” em Portugal e Itália, que melhoraram de forma “modesta” os seus rácios de capital e continuam a apresentar “desafios” no que toca à qualidade dos ativos. Em Itália e Portugal o peso do crédito malparado no total de empréstimos era em 2016 mais elevado do que no final de 2012.
Em Espanha, Irlanda e Alemanha este indicador melhorou.