O IGCP, entidade que gere a dívida pública colocou no mercado um montante indicativo de Obrigações do Tesouro (OT) entre entre 1000 e 1250 milhões de euros com maturidades a cinco e dez anos, com as taxas de juro a subirem em ambos os prazos.
Na linha de OT a cinco anos, o juro foi de 2,753%, acima dos 2,112% da última operação comparável, realizada em novembro de 2016. Nas OT a sete anos, o juro foi de 3,668%, acima dos 2,817% de setembro.
No leilão desta quarta-feira foram colocados 630 milhões de euros a cinco anos e 550 milhões a sete anos. Em janeiro o IGCP tinha emitido 3000 milhões de euros de OT a dez anos, com um juro acima dos 4,2%.
Na opinião de Eduardo Silva, gestor da corretora XTB, esta subida dos juros era separada uma vez que “a República Portuguesa não estava realmente exposta ao mercado para se financiar enquanto o BCE garantia um financiamento estável”
Mas “com a saída gradual de cena do banco central, Portugal tem de recorrer aos mercados, onde a fraca confiança no País resulta no pagamento de juros elevados”, acrescenta o especialista.
Já de Marisa Cabrita, gestora de activos da Orey Financial, considera que a subida dos juros era esperada face ao último leilão comparável, mas aponta que “face às yields registadas nos últimos dias no mercado secundário, assistiu-se a uma ligeira correção das mesmas”.
Na opinião da analista a “procura manteve-se robusta com as yields observadas a atraírem os investidores que procuram retorno”.