1.Alguém no Palácio de Belém precisa de pôr um freio às declarações do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Como o próprio afirmava nas suas vestes de comentador televisivo, é cada cavadela, sua minhoca. Então agora ficámos a saber que o mérito do controlo do défice deve-se exclusivamente (ou principalmente) ao Governo de António Costa.
2.Passos Coelho foi um malandro que só se preocupou com a contenção orçamental, revelando-se até aí incompetente – já António Costa é um bom samaritano que utiliza todos os meios ao seu alcance para controlar o défice, mas fá-lo com sentido de justiça: cativando despesas e cortando na educação e na saúde.
2.1.Ah, viva a justiça social! Viva a nossa dupla gloriosa Marcelo-Costa! Qual Deus e Jesus Cristo: o nosso Pai Marcelo e o nosso Filho Divino Costa vieram resgatar Portugal!
Assim sim, Marcelo Rebelo de Sousa é o verdadeiro social-democrata: cortar nos mais fracos, nos serviços essenciais, para enganar Bruxelas e dar dinheiro aos sindicatos, aos interesses instalados e aos comunistas! Sim senhor! Portugueses, podemos ficar descansados: este Marcelo é a esquerda da direita – e este Costa é a esquerda da esquerda! Viva a Justiça Social! Grite connosco: viva a Justiça Social! VIVA!!!
2.2.Portugal é um verdadeiro paraíso na terra desde que Marcelo foi eleito Presidente: só nós é que não percebemos ainda.
Mas sim, o mérito do controlo do défice é todo de António Costa. Ora, Marcelo Rebelo de Sousa é demasiado inteligente para se convencer, deixando-se enganar, de que o controlo do défice é obra da geringonça. Logo, Marcelo é cúmplice moral de uma…mentira. De uma feroz e grave mentira.
2.2.1. E alguém que mente para proteger os seus interesses políticos, sacrificando a verdade a outras conveniências, é alguém que está a ser desonesto. Portanto, esta afirmação de Marcelo só pode ser qualificada como desonestidade intelectual no seu estado puro.
Não estarão já os portugueses fartos de mentiras? Esperamos sinceramente que os portugueses guardem estas afirmações do Presidente na memória. Para, no momento certo, cobrarem a factura ao nosso querido Presidente Marcelo.
3.Por último, uma reflexão: se o mérito do défice é de António Costa, de quem é o demérito pela subida astronómica da nossa dívida? E dos juros da dívida?
De Costa? Para Marcelo, nem pensar!
De Passos Coelho? Para Marcelo, talvez, ainda não se atreve a dar o golpe de misericórdia contra Passos. O que só podemos concluir é que, para Marcelo, a culpa da dívida é só do Palhinha…
4.Explicaremos em próxima prosa o que politicamente pretendeu Marcelo com este (mais um!) elogio infundamentado a António Costa e à geringonça. O que vai na cabeça de Marcelo? Eis a interrogação que lhe deixamos hoje.
