Um crescimento que foi acompanhado por um reforço nas importações, que aceleraram 12,6%. No entanto, os últimos resultados do último mês de 2016 não conseguiram compensar o que aconteceu durante todo o ano porque, tendo em conta o ano todo, as exportações de bens acabaram por crescer abaixo de 1%.
"No conjunto do ano de 2016 as exportações de bens aumentaram 0,9% em relação ao ano anterior, o que representa uma desaceleração face ao acréscimo de 3,7% verificado em 2015. As importações de bens cresceram 1,2% em 2016, correspondendo igualmente a uma desaceleração, embora menor, relativamente ao crescimento de 2015 (2,2%)", explica o INE. E a verdade é que para encontrar uma variação anual tão baixa é preciso recuar até 2009, altura em que falamos de um colapso comercial global – crise que se viveu depois da falência da Lehman Brothers – que fez com que as exportações nacionais recuassem mais de 18%. Antes desta data, só em 2005 é que as exportações recuaram tanto.
Além disso, o défice comercial piorou 282 milhões de euros. Portugal é comercialmente deficitário porque continua a importar mais do que exporta. Segundo o INE, em 2016, as empresas portuguesas venderam a outros países 50,3 mil milhões de euros, que tem de ser comparado com o que país comprou: 61 mil milhões de euros.
A verdade é que, em grande parte, o fraco dinamismo comercial justifica-se com a flutuação do preços dos combustíveis.