Pablo Forero foi o nome escolhido pelo CaixaBank após a conclusão e sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI para liderar a instituição financeira, sucedendo assim a Fernando Ulrich. Este após 13 anos à frente do banco passa para chairman, cargo atualmente ocupado por Santos Silva que ficará como presidente honorário do BPI.
Forero está no banco catalão desde 2009 e é especialista em auditoria e gestão de risco.
Formado em Economia na Universidade Autónoma em Madrid, com especialização em Macroeconomia, o atual diretor-geral do CaixaBank tem uma carreira ligada ao setor financeiro. Em 2013 foi nomeado diretor-geral da área de risco, cargo que ocupou até dezembro de 2016.
Pablo Forero Calderón conta ainda com uma longa experiência internacional, tendo trabalhado 11 anos em Londres como responsável da sociedade JP Morgan Asset Management, onde esteve envolvido na experiência de integração do Chase/JP Morgan. Também passou, entre 1984 e 1990, pela consultora Arthur Andresen, onde dirigiu o departamento de auditoria.
Fernando Urich, o ainda presidente do banco justifica a sua decisão de abandonar funções executivas, considerando que nesta nova fase o BPI deve ser liderado por alguém do CaixaBank, que conheça o grupo, desvalorizando ainda a questão da nacionalidade do novo CEO.
Na comissão executiva vão ficar José Pena do Amaral, Pedro Barreto e João Oliveira Costa. Celeste Hagaton, a única mulher no conselho, e Manuel Ferreira da Silva também comunicaram que não queriam fazer um novo mandato. Estes gestores estiveram na comissão executiva 18 e 16 anos, respetivamente. Entram neste órgão, Alexandre Lucena e Vale, António Farinha de Morais, Francisco Manuel Barbeira, para além de Ignácio Alvarez Rendueles e Juan Ramon Fuertes.
António Lobo Xavier vai subir a vice-presidente do conselho de administração do BPI. Já Mário Leite Silva, administrador da Santoro de Isabel dos Santos, Carlos Moreira da Silva e Armando Leite de Pinho, deixam a administração do banco.
Os nomes agora propostos para os novos órgãos sociais do banco vão ser, no entanto, sujeitos às necessárias autorizações das entidades de supervisão.
Para já, o banco vai continuar cotado na bolsa de Lisboa, mas sairá do índice PSI 20 devido à concentração de muito capital num só acionista, o CaixaBank. O índice das principais empresas cotadas já só tem 17 títulos representados.
Rutura com tradição
Esta nomeação rompe com uma certa tradição dos investimentos espanhóis de alguma dimensão em bancos portugueses.
Exemplo disso, foi o que aconteceu com o Totta, comprado pelo Santander em 2001, que sempre foi liderado por gestores portugueses: António Horta Osório, Nuno Amado e Vieira Monteiro.
O mesmo aconteceu com o Banco Popular em Portugal que foi liderado por Rui Semedo até à sua morte em 2015 e o Bankinter – que comprou a rede Barclays – que escolheu um quadro português do Barclays, Carlos Brandão.