Foi uma espécie de ‘tenho mas não conto’. Hoje de manhã, na abertura do colóquio do organizado pelo PSD intitulado “Eutanásia/Suicídio assistido: dúvidas éticas, médicas e jurídicas”, Pedro Passos Coelho foi cristalino ao afirmar que já tinha uma posição relativamente à eutanásia, fruto de uma “reflexão ponderada”. E qual é? Por agora, ainda não foi o momento da revelação: Passos guarda as suas convicções para o final do debate sobre a matéria. Uma discussão que, diz o líder do PSD, é importante que se faça dentro da própria sociedade, que não se deve “alhear” de um assunto que não se deve discutir com “ligeireza”.
“Há muito tempo que venho fazendo uma reflexão pessoal sobre esta matéria. E sempre desejei no meu íntimo que não tivéssemos que nos confrontar com estas decisões. Mas estou preparado para poder decidir de acordo com a reflexão ponderada que fiz”, disse o líder da oposição. No entanto, Passos Coelho também explicou que, nos próximos tempos, continuará a ouvir a “participação” de todos aqueles que tiverem uma posição fundamentada sobre o assunto.
Esta posição é, aliás, uma espécie de mote deixado pelo líder do partido. “Aqueles que tiverem mais convicção não podem deixar de partilhar os seus fundamentos com os outros”, disse Passos Coelhos dirigindo-se aos deputados da sua bancada. Já os que tiverem dúvidas, devem continuar a procurar esclarecê-las. “Esta é daquelas matérias que sempre provocará incómodo e sempre nos deixará a sensação de que alguma coisa ficou por esclarecer de que em definitivo ninguém pode ter decido de forma assética. Mas teremos de decidir e, com dúvidas, devemos decidir de forma prudente”.
Por agora, Passos Coelho considera que é preciso muita discussão num “assunto que é da maior relevância”. Este é um “tema que não pode ser abordado de forma ligeira, superficial, ocasional (…). Este debate exige ponderação, profundidade e escrúpulo”, disse o líder do PSD, avisando que é preciso “afastar as visões mais demagógicas e precipitadas”.