A política de "uma só China", aceite pelos EUA no tempo de Nixon, significa que Washington não reconhece a independência de Taiwan e que concorda que um dia o território volte para o seio de Pequim. Durante várias ocasiões, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a aceitação desse princípio dependia de contrapartidas comerciais da China. Durante toda a campanha eleitoral o multimilionário elegeu Pequim como uma espécie de inimigo principal, chegando a dizer que, por exemplo, que o aquecimento global era uma tese fictícia e uma estratégia da China para prejudicar a economia dos EUA.
A conversa entre os presidentes terá sido prolongada e amistosa, segundo afirmou uma fonte da Casa Branca que a reputou "extremamente cordial". Os presidentes chinês e dos EUA trocaram convites para visitarem os seus respectivos países.
Para Pequim, o reconhecimento do princípio de "uma só China" está estreitamente ligado à existência de relações entre os dois países. Em 1979, a aproximação feita por Nixon a Pequim, para isolar a União Soviética teve como contrapartida clara que os EUA deixaram de reconhecer a independência de Taiwan.
A conversa, entre Trump e Xi Jinping, foi antecedida de uma carta do presidente norte-americano felicitando o líder chinês pelo Ano Novo chinês e pedindo-lhe para que se "desenvolvesse uma relação construtiva entre os dois países", para travar a espiral de agressão produzida pela campanha eleitoral presidencial nos EUA. Um portavoz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, reconheceu que o seu país tinha recebido com "grande apreço" a carta de Trump.
Apesar desta pacificação, ficam por resolver os diferendos comerciais entre os dois países e as declarações de Trump que queria obrigar os chineses a mudarem a sua política cambial que funcionaria como dumping para as suas exportações.
O principal conselheiro de Donald Trump. Steve Bannon, andou durante anos a prever e antecipar uma guerra entre os EUA e a China. Resta saber se este telefonema lhe mudou os planos.