Comparando o 4º trimestre com o 4º trimestre de 2015, o PIB subiu 1,9%, muito perto do que será o “limite da velocidade” da economia portuguesa, que andará à volta dos 2%; comparando o 4º trimestre com o 3º deste ano, o crescimento foi de 0,6% – desacelerou, mas mesmo assim manteve-se robusto, e já há muito menos turistas, que tinham acelerado o crescimento no 3º trimestre; por fim, para o total do ano de 2016, o crescimento foi de 1,4%, menos do que os 1,6% de 2015, mas mesmo assim razoável.
Os dados mais recentes, os do 4º trimestre, mostram uma recuperação do investimento e um aumento do consumo interno. Como não há situações perfeitas, tinha de haver uma má notícia, que são as importações de bens e serviços a cresceram mais do que as exportações, o que pode dever-se, em parte, à subida do preço do petróleo. E é a este contributo negativo do exterior que a oposição se vai agarrar para criticar as políticas económicas do governo. Isso, e o crescimento 0,2% mais baixo do que em 2015. Estão no papel deles. Contudo, de eu fosse um dirigente partidário da oposição, não fazia grande alarido: é que um crescimento, comparando o 4ª trimestre de 2016 com o 4º trimestre de 2015, de 1,9%, mostra a economia portuguesa a crescer a todo o gás, e esse crescimento superou pela positiva todas as expectativas, tal como o crescimento anual de 1,4%. A economia portuguesa vem é muito do fundo, pelo que vai demorar muito tempo até que a generalidade das pessoas passe a viver substancialmente melhor. Os salários só podem subir com o aumento da produtividade, o que é um processo muito lento e complexo. Felizmente, o investimento, condição base para o aumento da produtividade, está a recuperar.