Muitas foram as vozes que acusaram a academia de justiça e defenderam que o prémio devia ter sido atribuído a “Lemonade” e não a “25” mas a opinião não é unânime.
No rescaldo da cerimónia, Santana acusou Beyoncé de não ser uma cantora. “Penso que Adele venceu porque sabe cantar”, declarou à Associated Press. “Com todo o respeito pela nossa irmã Beyoncé. A Beyoncé é muito bonita e faz música de modelos – música para desfilar com um vestido – mas não é cantora cantora, com todo respeito por ela”, defendeu.
“A Adele save cantar realmente. Não traz aqueles bailarinos todos e enfeites, consegue ficar ali apenas parada a cantar a canção e é por isso que ganha”, justificou. A reacção nas redes sociais foi imediata e obrigou Santana a explicar-se no Twitter.
“Gostava de clarificar o meu comentário (…). A minha intenção foi congratular a Adele pela noite extraordinária nos Grammy. A minha declaração sobre a Beyoncé foi lamentavelmente retirada de contexto. Tenho o maior respeito por ela como artista e pessoa. Merece todos os elogios recebidos. Desejo à Beyoncé e à família o melhor”.
Racismo nos Grammy? Presidente da Academia diz que não
O Presidente da Academia responsável pelos Grammy negou a existência de um problema racial na escolha dos vencedores. A questão não é nova mas voltou a merecer amplo debate público depois de a vitória na categoria mais importante, a de álbum do ano, ter sido atribuída a Adele e não a Beyoncé.
“Na minha humilde opinião, não ouvimos música com base no género ou na etnia. Pedimos que não se preste atenção às vendas e ao marketing. A música deve ser ouvida. Os 14 mil eleitores ouvem, formam a sua opinião e votam”, defendeu Neil Portnow em entrevista à Pitchfork.
O responsável dá como exemplo Chance The Rapper, vencedor na categoria de Melhor Novo Artista. “(Ele não seria escolhido) se o painel não fosse diversificado, de mente aberta e não ouvisse a música.” Nenhum músico negro vence na categoria de Melhor Álbum desde Herbie Hancock em 2008.