Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio e ex-presidente da instituição financeira, assim como presidente da Martifer, Carlos Martins e o ex-presidente do Finibanco, Humberto Costa Leite, bem como outros gestores e sociedades, foram constituídos arguidos pelo Ministério Público no final de janeiro.
Em causa está a venda de 30 hectares à entrada de Coimbra, conhecidos por Colinas de Vale Meão. O processo correu paralelamente com a Oferta Pública de Aquisição (OPA), em 2010, pelo banco Montepio — Caixa Económica Montepio Geral sobre o antigo Finibanco. As instituições eram lideradas na altura por Tomás Correia e Humberto Costa Leite (do grupo Vicaima), respetivamente, revela o jornal Público.
A operação de bolsa valeu 341 milhões de euros, ou seja, 100 milhões acima das avaliações feitas. Já a aquisição de terreno em Coimbra envolveu 32,4 milhões de euros e é esta matéria que consta do despacho de janeiro. A transação imobiliária tinha como vendedor a Vilões (que mais tarde passou a Apícula), detida pelo jurista Tavares de Almeida — na altura, também administrador e auditor do Finibanco — que foi a tribunal reclamar o pagamento de uma dívida de 17 milhões.
Sobre os arguidos recaem suspeitas de insolvência dolosa e de burla qualificada, emissão de cheques sem provisão, acordos estabelecidos com intuito de não serem cumpridos e venda de terrenos, sem que tenham sido pagos ao proprietário inicial, para liquidar responsabilidades em incumprimento de terceiros.
Ao todo, o Ministério Público de Viseu constituiu 14 arguidos por alegados crimes de insolvência dolosa e/ou de burla qualificada relacionados com a operação em bolsa e com a aquisição dos terrenos.