A crónica de hoje é sobre um tema inaudito nesta coluna de opinião: o cinema. Se mora na grande Lisboa, tem de ir ao cinema Nimas, na Av.ª 5 de outubro, para ver, ou rever, o filme que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1984: Paris, Texas, do alemão Wim Wenders. Se não morar na grande Lisboa, e se tiver possibilidade para isso, pode comprar o filme na internet: deve custar à volta de 12 euros.
Paris, Texas, narra o reencontro com a vida de Travis (Harry Dean Stanton) que é recolhido na fronteira entre os Estados Unidos e o México, e de como ele vai reencontrando a vida e a memória à medida que contacta com o irmão, a cunhada, o filho e, no fim, a ex-companheira (Nastassja Kinsky). É um filme tremendamente romântico, por isso não fique embaraçado se chorar no fim. Eu chorei.
Para além do filme notavelmente belo, Paris, Texas ficou famoso pelas guitarradas algo fantasmagóricas do autor da banda sonora, Ry Cooder. Esse filme também catapultou Cooder para a fama, e permitiu-lhe produzir e participar, 13 anos mais tarde, o grande êxito de música cubana Buena Vista Social Club. Ouvindo a banda sonora de Cooder uma única vez, especialmente o primeiro tema, o da abertura do filme, não se esquece mais.
Por isso, fica aqui a sugestão: se puder, veja (se for mais novo) ou reveja (se tiver a minha idade ou mais) o Paris, Texas. De certeza que não ficará desiludido.