Estado Islâmico. Extremistas em retirada da zona histórica de Palmira

Combatentes do Estado Islâmico em retirada do leste da cidade. Zonas históricas estão nas mãos das tropas do regime, que esperam por desarmadilhá-las. 

Os combatentes do autoproclamado Estado Islâmico bateram esta quarta-feira em retirada da zona histórica de Palmira, a cidade milenar património mundial da UNESCO, prestes a trocar de mãos pela terceira vez ao longo da guerra civil. E a cada vez que isso acontece perdem-se mais monumentos, estruturas e artefactos arqueológicos.

As tropas sírias e milícias leais ao presidente Bashar al-Assad conquistaram esta quarta-feira a cidadela de Palmira, a oeste da cidade, e, a sudoeste, a colina do Castelo de Tadmur. De acordo com o Hezbollah – os paramilitares libaneses que combatem a favor do regime –, as tropas ainda não estão nas ruas de Palmira, mas as zonas históricas estão desimpedidas.  

O Estado Islâmico armadilhou as ruas de Palmira e essa é a razão para a demora dos avanços terrestres, segundo indica a correspondente da RT nas linhas da frente do combate. Nas zonas mais a leste, indica a televisão estatal russa – os meios aéreos de Moscovo assistem a campanha –, existem ainda alguns combatentes extremistas, que, no entanto, estarão a prepara uma retirada.

Palmira caiu para as mãos dos extremistas do Estado Islâmico em março do último ano, apesar de a aviação russa por essa altura estar já a combater a favor do regime de Bashar al-Assad. O grupo utilizou a cidade património mundial como palco mediático para a sua ideologia radical, que não aceita a preservação de monumentos pré-islâmicos, por considerá-los apostasia.

Na primeira ocupação, o Estado Islâmico destruiu o templo de Baalshamin e o templo de Bel, duas das estruturas mais importantes da herança romana de Palmira. O Arco Monumental também foi detonado nesses primeiros meses, assim como dezenas de estátuas, pequenos artefactos e algumas tumbas funerárias.

O exército sírio reconquistou a cidade em março, com a ajuda da aviação russa, mas perdeu-a novamente em dezembro, numa altura em que os esforços militares do regime e aliados estavam quase inteiramente concentrados nas operações em Alepo. Na segunda ocupação, o grupo extremista destruiu partes do anfiteatro romano, construído no séc. II.