1.E aí está: as dúvidas de muitos analistas, comentadores, jornalistas, políticos (quer à esquerda, quer à direita) acabaram – Donald J. Trump provou, no discurso ao Congresso feito na última madrugada, que sabe ser o Presidente Donald J. Trump. A reacção dos democratas denota isso mesmo – as profecias sobre o colapso iminente do Presidente Trump eram manifestamente exageradas.
E infundadas. O mau perder e a arrogância intelectual e política são sempre más (péssimas!) conselheiras. A esquerda norte-americana começa a aprender a lição. Por cá – na Europa e sobretudo em Portugal – não aprendem: vão acabar mal.
2.A verdade é que a maior força de Donald Trump é, precisamente, a caricatura que a esquerda sobre si criou: a de um “Presidente palhaço”, um “idiota”, um “burro”.
Os democratas – e os jornalistas que assumiram o papel de oposição à nova Administração dos Estados Unidos da América – subestimaram as virtudes (que são várias) e as capacidades de Donald Trump. Subestimaram porque não compreendem Donald Trump.
3.Pois bem, Donald Trump proferiu o seu melhor discurso político de sempre – e um dos melhores discursos feitos pelos Presidente dos Estados Unidos diante do Congresso das últimas décadas.
Note-se que não foi um discurso do “Estado da União”, porquanto o Presidente Donald Trump tomou posse há apenas um mês: este discurso do Presidente recém-eleito ao representante do pode legislativo foi estabelecido pelo Presidente Ronald Reagan há, salvo erro, trinta e seis anos.
4.Dito isto, quanto ao discurso, as seguintes notas, sem prejuízo de análise mais detalhada em prosa próxima, se impõem:
1)Formalmente, o Presidente Donald Trump proferiu um discurso muito bem estruturado, com um início e um final fortes. Na sua exposição, nos pontos mais delicados e controversos da sua agenda política, Trump introduziu o elemento humano, dando exemplos concretos de sofrimento e dedicação, para provar o seu ponto e persuadir a opinião pública norte-americana sobre os méritos das suas prioridades políticas.
Um exemplo elucidativo foi a evocação do militar da marinha americana (Navy Seal), Ryan Owens, falecido recentemente em consequência de um “raid” no Iémen (já ordenado pelo Presidente Trump, mas decidido ou, pelo menos, planeado com detalhe pelo Presidente Barack H. Obama): foi um momento televisivamente muito emocionante, com os congressistas a aplaudir a viúva de Owens durante mais de um minuto.
Esse momento foi o momento mais marcante e definidor da alocução do Presidente, estando a ser amplamente destacado na imprensa por todo o mundo. Será esse momento apenas um momento humanamente forte ou tem igualmente um significado político muito importante? A resposta é: sim, sem dúvida.: tem um significado político incontestado.
Politicamente, este momento representa a afirmação definitiva e incontestada de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos da América. Como Comandante Supremo das Forças Armadas da Nação líder do mundo livre. Donald Trump mostrou liderança, conhecimento dos desafios e dificuldades das Forças Armadas americanas e humanidade.
Afinal, Donald Trump é mesmo presidenciável – e sabe ser “presidencial”. Quem se atreverá agora a chamar “Presidente-Palhaço” ou “idiota” a Donald Trump?;
2) Donald Trump foi muito inteligente no equilíbrio interno do seu discurso – isto é, conseguiu alargar a sua mensagem, dirigindo-se a sectores que lhe eram muito (severamente!) críticos – sem, no entanto, trair a sua base de apoio. Como?
Por um lado, o Presidente Trump insurgiu-se contra a violência e a discriminação racial ou religiosa; apelou ao Congresso para melhorar a “Obamacare” corrigindo os seus aspectos mais críticos; anunciou a sua intenção de criar um enquadramento jurídico que permita aos trabalhadores gozar licenças familiares (que, nos Estados Unidos, ainda não existe); prometeu criar milhares de postos de trabalho para todos os americanos. Tudo medidas que agradam à esquerda americana.
Por outro lado, o Presidente Donald Trump declarou que irá terminar com o terrorismo islâmico radical (sendo a primeira vez que um Presidente não tem medo de qualificar a realidade tal como ela é – terrorismo islâmico radical!); reforçar as Forças Armadas norte-americanas; reforçar as infra-estruturas, lançando um programa de “Reconstrução da América”; defender o Estado de Direito, combatendo a criminalidade e a imigração ilegal e apoiando as forças policiais; manter a política de Alianças e o compromisso com a NATO, mas obrigando os restantes Estados-Membros a cumprir as suas obrigações financeiras para com a organização. O que agrada aos sectores mais à direita do espectro político.
3) O Presidente Trump elegeu a educação como uma das suas prioridades, qualificando a luta pela educação como a luta pelos direitos civis do nosso tempo. E prometeu um programa de promoção de igualdade de oportunidades, incluindo as crianças e jovens afro-americanos e latinos.
5.Tudo dito e revisto, é uma boa notícia para os Estados Unidos da América e para o mundo: Donald Trump pretende recuperar o positivismo, a ambição ganhadora, a energia e a criatividade que marcaram a era do Presidente Ronald Reagan. Que é o mesmo que dizer, Donald Trump está a puxar pelo melhor dos Estados Unidos.
6.Tal como Ronald Reagan proclamava, o Presidente Donald Trump “got America moving again”: a América volta a mexer-se, está em movimento (de novo!) com todo a sua energia e potencial criativo.
7.A reter: Donald Trump já não é mais a caricatura do “palhaço” que a esquerda gostava tanto de pintar. Donald Trump já não poderá mais ser desvalorizado e desqualificado em termos tão grosseiros e insanos como tem sido.
Ontem, Donald Trump transformou-se definitivamente no Presidente Donald J. Trump. Não mais poderá ser ignorado ou diminuído no seu estatuto.