Um novo estudo da Organização Mundial de Saúde alerta para o impacto “sem paralelo” do tabagismo na saúde pública. Os investigadores avisam que as doenças associadas ao tabaco são responsáveis por quase 6% dos gastos mundiais em saúde, num total de 400 mil milhões de euros. O tabaco mata 6 milhões de pessoas todos os anos, mais do que VIH/sida, tuberculose e malária juntas. Os investigadores avisam que, se nada for feito, o problema só vai aumentar: estima-se que, em 2030, o número de mortes anuais suba para 8 milhões, 80% das quais em países em desenvolvimento.
O trabalho publico na revista científica "The Economics of Tobacco and Tobacco Control" alerta ainda que o impacto do tabaco quando se tem em conta os casos de incapacidade e perda de produtividade da população ascendem a 1,3 biliões de euros por ano, 1,3 do produto mundial.
O objetivo do trabalho foi analisar as medidas de controlo do tabagismo e perceber o seu impacto. Os investigadores concluem que políticas que reduzam a procura do tabaco, através de impostos e aumentos dos preços, restrição à publicidade e imagens nos maços, são eficazes. Ainda assim, a OMS alerta que, entre 2013 e 2014, o tabaco terá rendido aos países cerca de 250 mil milhões de dólares em receitas fiscais mas os governos, todos juntos, investem menos de mil milhões no controlo do tabagismo.
A OMS alerta que o poder da indústria tabaqueira tem crescido nos últimos anos e existe uma cada vez mais concentração, que importa regular. E fica uma constatação: “o controlo do tabagismo não prejudica a economia”. Os investigadores concluem que o número de empregos neste setor tem estado a diminuir.
Pode aceder ao sumário do estudo nesta página (em inglês).