O atual nº1 do Ranking Nacional BPI terminou no grupo dos 33º classificados, quando, dos 120 participantes, só 32 passaram à fase de match play.
O algarvio totalizou 152 pancadas, 8 acima do Par, com voltas de 75 e 77, falhando o cut por 1. Foi o mesmo resultado de Adria Arnaus, o espanhol melhor classificado no ranking mundial amador, no 97º lugar.
Vítor Lopes ficou-se pela fase de stroke play pelo segundo ano seguido, depois de em 2015 se ter estreado com o apuramento (e derrota) nos oitavos de final.
Não é possível dizer que esta classificação tenha sido positiva, mas convém recordar que, neste início de época, o melhor português no ranking mundial amador (398º esta semana) só estava a dar indicações encorajadoras, com um 36º posto no Internacional Amador da América do Sul, um 21º no Internacional Amador de Portugal e uma vitória no 1º torneio do Circuito Allianz/FPG.
«Tenho um pressentimento muito bom para este ano de 2017! Não pode dizer-se que tenha sido um ótimo início de época mas também não posso estar infeliz. Sinto que este ano vai trazer muitas coisas boas, apesar de ainda não ter sido esta a minha semana», disse o amador de 20 anos, um dos candidatos a um convite da FPG para o 55º Open de Portugal @ Morgado Golf Resort, em maio.
Sobre a fatídica volta de hoje, que o atirou de um bom 18º lugar para um desconsolador 33º, Vítor Lopes evitou apresentar desculpas e até admite que «neste segundo dia as condições climatéricas estavam melhores, com menos vento», embora acrescentando que «as bandeiras estavam em posições mais complicadas, tornando o campo mais difícil».
Quando analisa o seu jogo, percebe-se que o representante da seleção nacional arrancou bem, mas entrou numa espiral de maus momentos e não recuperou:
«Entrei bem e ao fim dos primeiros cinco buracos ia com 1 pancada abaixo do Par. Infelizmente no buraco 6 (de Par-4) dei uma má saída, fiquei num bunker de fairway, que impediu-me de jogar a segunda pancada ao green. Fiz um layup, e joguei a terceira pancada para o green. Estava a 4 metros para Par e fiz 3 putts para duplo-bogey. Continuei a sequência dos 3 putts em alguns buracos», lamentou-se ao Gabinete de Imprensa da FPG.
Para Vítor Lopes houve alguns momentos-chave que vale a pena divulgar:
«No buraco 11, um Par-5, e joguei a segunda pancada para o green e fiz 3 putts e sofri uma penalidade no buraco 15. É um Par-5 muito exigente do tee ao green. A pancada de saída ficou no meio do fairway e joguei para o green. O vento soprava da direita para a esquerda, calculei mal a força do vento, a bola não se mexeu com o vento e logo neste buraco que requer shots sem erro… Falhei a bola num arbusto, decidi fazer um drop com penalidade, dei quarta pancada para o green, fiquei com um putt de 2 metros e falhei num momento importantíssimo».
A sinceridade com que assume os erros, não o impede de analisar alguns aspetos positivos da digressão a Espanha:
«Sinto que estou em grande forma no jogo do tee ao green e tenho investido a maior parte do meu tempo no jogo curto, onde (também) noto que há grande melhorias. É só uma questão de acreditar nos momentos chave».
O selecionador nacional, Nelson Ribeiro, que o acompanhou a Valência, fez a seguinte análise:
«O Vítor falhou o cut por 1 pancada e apresentou as seguintes estatísticas durante a competição: Nos 36 buracos teve em média 68% de fairways e 78% de greens em regulação, 37 putts por cada 18 buracos. As estatísticas do nº1 do European Tour por área de jogo apresentam índices na ordem de 76% de fairways, 79% de greens in regulation e 27 putts por 18 buracos. Resumidamente, a capacidade de finalização (sete greens a 3 putts em 36 buracos) condicionou o resultado expectável. Contudo, deve agora analisar o seu jogo junto do seu treinador e preparar-se para as próximas competições».
A Copa S.M.El Rey conta para o ranking mundial e integra o calendário da Associação Europeia de Golfe (EGA), sendo organizado pela Real Federación Española de Golf.
O Campeonato Internacional Amador Masculino de Espanha foi fundado em 1911 e coroou grandes figuras do golfe mundial como José María Olazábal (1983 e 1984), Darren Clark (1990), Sergio García (1998) e Gonzalo Fernández-Castaño (2003). No ano passado ganhou o francês Romain Langasque, que, entretanto, passou a profissional e já está a dar que falar no European Tour.