Dois cidadãos argelinos entraram em Portugal ilegalmente depois de fugirem de um navio no Barreiro, no terminal de carga do Porto de Lisboa. Terão nadado até Lisboa. A situação foi revelada hoje pelo "Correio da Manhã" e tem, mais uma vez, contornos ambíguos. Nos últimos meses vários cidadãos argelinos conseguiram entrar no país escapando à segurança aeroportuária. Desta vez, chegaram num navio de transporte de gás vindo da Argélia.
Em comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) revelou ter tido conhecimento de dois imigrantes indocumentados a bordo “mesmo antes do navio ter chegado a Portugal, e numa altura em que se encontrava ainda no Porto de Huelva, Espanha”. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) emitiu então um alerta “comunicando às autoridades de controlo costeiro e marítimo competentes e solicitando a colaboração no sentido de acompanhar o trajeto do navio em águas nacionais.” O SEF recebeu informação de Espanha e apurou tratar-se de um caso de imigração ilegal.
Já em águas portuguesas, o SEF deslocou-se a bordo para aferir da situação documental, condições de saúde, habitabilidade e segurança, bem como da vigilância dos mesmos e se havia necessidade de uma intervenção directa das autoridades. Foi então questionado o comandante do navio se pretendia segurança e vigilância a bordo por parte das autoridades policiais nacionais, tendo aquele informado “não necessitar pois dispunha de local próprio para o efeito e a tripulação tomaria conta da situação”, diz o MAI. O SEF controlou a sala onde os clandestinos se encontravam e constatou a existência de condições.
Só que, afinal, algo falhou. “Mais tarde, o SEF e restantes autoridades portuguesas, designadamente a Polícia Marítima e a PSP, foram informados da fuga dos dois clandestinos”. Ontem, à hora de fecho desta edição, os cidadãos não tinham sido encontrados. “As autoridades policiais estão a realizar todos os esforços para localizar estes dois cidadãos”, disse o MAI.