O embaixador norte-coreano na Malásia foi considerado persona non grata pelo governo e tem até às 18h locais de segunda-feira para abandonar o país, o gesto mais indicativo de um possível corte nas relações diplomáticas entre Kuala Lumpur e Pyongyang, fruto do assassinato, em fevereiro, do meio irmão de Kim Jong-un, Kim Jong-nam, num aeroporto da capital.
O embaixador, Kang Chol, afirmou que as autoridades malásias aliaram-se com “forças hostis” aos norte-coreanos ao decidirem fazer uma autópsia a Kim Jong-nam, contra as ordens de Pyongyang, e ao sustentarem a tese de que o meio-irmão do ditador norte-coreano foi envenenado. Duas mulheres serão acusadas do seu homicídio.
O governo malásio não gostou dos comentários e exigiu um pedido de desculpas de Kang, que tinha até dia 28 de fevereiro para se apresentar no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Não o fez e agora tem ordens para se retirar do país. De acordo com o “Guardian”, Kang tem uma viagem para Pequim agendada para segunda-feira.
“A Coreia do Norte tem de aprender a respeitar outros países”, declarou o vice-primeiro-ministro, Ahmad Zahid Hamidi, dizendo que expulsar o embaixador norte-coreano demonstra que o seu país “está seriamente a tentar resolver este problema e não quer ser manipulado”. A Malásia, note-se, é um dos cerca de 20 países em que Pyongyang tem representação diplomática.
Não obstante o caso Kang Chol, a Malásia diz estar a reavaliar a sua relação diplomática com a Coreia do Norte por causa do assassinato de Kim Jong-nam, envenenado em pleno aeroporto internacional de Kuala Lumpur com o agente nervoso VX – uma arma de destruição maciça –, por duas mulheres alegadamente ao serviço das agências de espionagem norte-coreanas.